terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Acredite, eu sei.


Querida, ta difícil. Eu sei que já era para ter me acostumado com tudo, mas ultimamente, anda muito difícil carregar sozinha esse fardo. Não vou poder te falar ao certo o que é todo esse peso, talvez porque até eu mesma não ande sabendo o que é. Sabe quando sua cabeça fica tão bagunçada, que nem mesmo seus pensamentos você consegue traduzir? E quando você se exclui, porque não consegue dinamizar um misero sorriso pra, quiçá tentar, maquiar seu stress e mau humor? Ou, quando você precisa de algum tipo de droga pra ser capaz de encostar a cabeça no travesseiro e fingir que o mundo está feliz com suas atitudes? Eu sei. Dói. Sei que mastiga sua carne, inebria seus sentidos, gasta seu espírito e depois, hã, atormenta até seus sonhos mais profundos. É cansar de tentar ficar bem e não ficar. Vira uma espécie de masoquismo. Quanto mais se sofre, mais quer se afundar na tristeza; quanto mais você se isola, mais sozinha você quer estar. Sendo mais exata, não passa de um vício; você passa a se alimentar dele e ele de você. É seu esconderijo mais secreto. Uma toca tão escura, que quando alguém entra não enxerga nada e sai batendo a cara nas paredes, mas você, o ser das cavernas que ali abita, já sabe o caminho de cor. Ainda está escuro, você não enxerga nada, mas já sabe onde estão os obstáculos. E apesar de viver ali, você não encontra nunca a saída e ninguém consegue te ajudar. Eu sei. As lágrimas já não se contêm com a mesma facilidade de antes, nenhum travesseiro é quente o bastante pra te consolar e ninguém nunca, ouça bem, nunca, vai entender o que se passa nesse coração flébil. Querida, não tem solução pra isso. Só mesmo o tempo vai conseguir sanar essa amargura que hoje faz de lar meu peito, mas claro, amigos costumam fazer parte desse processo, se não eles, lápis e papel, tela e pincel, grito e céu. Acredite querida, eu sei.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Apenas me leve embora

Ainda me impressiona a forma como eu fico completamente deslumbrada com aquela criatura, embriagada por aquele cheiro, amarrada aos seus pés. Droga, chega a dar raiva. Sempre friccionada a te querer, quase como que minha obrigação. Naquelas mãos eu me derretia, virava água, fogo, vento. Nos meus sonhos mais profundos ele está lá, destroçando minha carne fraca, desnudando minhas verdades, afogando meus medos e me fazendo a pessoa mais feliz do mundo. Tudo bem, que eu amo ele. Mas o fato do mesmo não fazer mais parte da minha realidade, consegue me enfiar em uma espécie de coma. Um sono intenso. Não consigo acordar, não consigo me mexer, não consigo nem mesmo viver. Depois que ele partiu, eu ando tão sozinha e mal humorada. Perdida nas minhas lembranças e devaneios. Eu morro de rir lembrando-me da gente, eram tão toscos os nossos cumprimentos e modos, dois imbecis brigando e rindo; admito que era grossa as vezes, mas era em meu olhar e sorriso que se poderia ver meu amor. Ah, eles diziam tanto pra mim, faziam tanto por mim. Eu queria que você estivesse ainda aqui deitado comigo, fazendo cafuné e dizendo que não é pra eu mexer nem um músculo, porque daquele jeito dava pra escutar meu coração. Eu queria muitas coisas, e mesmo sabendo que você não quisesse mais ficar, eu queria no mínimo que você tivesse me levado.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Inocente passado...

Olha, não sou hipócrita de dizer que hoje fico feliz por ter sofrido, que “agradeço a todos que me maltrataram porque assim eu me fortaleci”, que tenho só a agradecer a estas maravilhosas pessoas que pegaram meu coração, de alguma forma, e o esmagaram feito carne moída. A vá pro inferno quem diz isso! Sinceramente, eu não tenho que agradecer nada a todos que me fizeram mal algum dia. Não é rancor, sério. É só saudade do que eu tinha. É só saudade do que eu queria ter até hoje e que me foi arrancado sem nenhum questionamento, sem que eu sequer pudesse reivindicar meus direitos.  Eu perdi o que de mais valioso alguém pode ter na vida. A melhor virtude de uma alma. A maior dádiva concebida por Deus a um ser humano. A inocência. Crescer dói, principalmente quando se é obrigado.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Inconstante e borboleta


Ser mulher é uma merda mesmo né? Tão previsível, mas tão inconstante. Sei lá, é tudo um cocô grande e gordo. Nunca pode ficar sozinha por cinco minutos, que já põe aquelas musicas, lembra do bendito ex e das milhares de decepções que já teve. Resolve que tem que comer chocolate, depois quer beber, daí começa a chorar porque tudo é tão injusto e você não tem um cigarro. É ai que você entra em mais uma crise existencial, na qual isso tudo acontece o dia inteiro, repetidas vezes coladas umas nas outras, sem pausa nenhuma. Pode durar tanto um dia, quanto um ano, ou vários. No final da crise, sempre constatamos que o nosso problema maior era a solidão. A culpa é sempre dela, mesmo você tendo namorado, amigos, dinheiro. Mesmo tendo tudo, você sempre tem um nada gigante incrustado na alma. Mesmo você sendo a mulher mais experiente e precavida possível, você sabe que isso tudo faz parte da sua vida ativamente e que uma hora ou outra, isso vai abalar todo o seu monumento, porque sem duvidas, sentimento é o pilar principal dessa grande construção, que pros mais íntimos, é conhecida como vida.